Como a melodia...
a fragrância e a frescura de uma rosa,
a fonte que me sacia a sede e me lava os olhos…
assim é o teu corpo alvo.
Ama-se um corpo no abraçar dos lábios...
num querer apaixonado,
num lençol fino...
num sabor a palavras novas.
Como a melodia é o teu chegar a casa...
os véus azuis que ocultam as janelas
e as sombras que projetamos nas paredes do quarto.
No amor não há horizontes tresmalhados
mas auroras enamoradas...
não há ilhas utópicas que nos cerceiam as mãos,
há histórias minhas e tuas.
Pode a manhã escurecer...
ou a tarde ficar pincelada por ventos agrestes
que em nós repousam calmarias
envoltas nos suspiros da dança.
Haverá sempre uma melodia para os amantes...
e um instante preciso para os pintores,
haverá sempre um poema...
enquanto formos os versos de todas as estrofes.
Fransisco Valverde Arsénio
Fransisco Valverde Arsénio
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