sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Cúmplice




Longe, bem longe...
o dia encontra o mar,
flagrando a plenitude do momento
observo sem argumento,
indiscutivelmente, uma alquimia
o sol beijando o mar.


Ondas borbulham a murmurar,
água rolando com espuma,
branqueando uma a uma,
formando uma bruma 
de frescura no ar.


O cenário me fez presenciar,
esse beijo prolongado,
que dá um tom amarelo dourado
no mar,
me tornando um confidente inesperado,
um cúmplice ousado,
do encontro a brindar.


Mas na minha ingenuidade,
sentindo uma imensa gratidão,
observei que não estava só,
que havia um espião...
e não era alucinação.


A lua 
ressabiada,
fugia assustada
do resplendor da ocasião.
Teria que esperar 
tinha um ajudante,
um cavaleiro errante
a noite, 
para a sua hora chegar.


Longe , bem longe... 
a noite encontra o mar
audaciosa,
acolhe a lua
e bordada de estrelas, insinua
e a lua beija o mar.


Ondulante o mar agradece
a espuma clareia e resplandece,
acolhendo as ondas, uma a uma
formando uma bruma de frescura no ar.


Como uma dádiva
brilhante, cristalina, delicada
deslumbrante, desde a sua chegada
demonstrando o quanto ela também o amava,
teve um efeito devassador,
propiciou com esplendor 
um fascínio 
pela sua beleza, harmonia e grandeza.


Imerso neste momento inesquecível,
compactuo intensamente
desta magnitude intocável
e me torno um cúmplice passivo novamente.



L.P.






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