Acariciem teu ouvido
Para que cada palavra de minha boca
Busque os segredos profundos da tua pele.
Em verbos e adjetivos
Mapearei a geometria de tuas formas
Delirando entre sonhos e verdades
E vivências, desejos e loucuras.
Entre o toque da caneta no papel
E o de nossas línguas num beijo
Vai uma distância tão curta
Que escala alguma representará.
Derrubando fronteiras
Com rios de prosa a versejar
Traçarei meandros de corpos em corpos
Estremecendo as atmosferas desses encontros.
E quando o último verso meu
Escorrer por entre tuas pernas
Eu me afastarei
E contemplarei.
Cada linha eterna de tua beleza,
Eternamente gravadas em mim.
E saberei não haver distância
Entre minhas palavras e a tua boca.
Paulo Mont´Alverne
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