Ao mundo peço licença pra atuar onde eu quiser, meu sobrenome é competência, e o meu nome é mulher.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
O catador
Um homem catava pregos no chão.
Sempre encontrava deitados de comprido, ou de lado, ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais - o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania do Ser mais do que Ter.
M a n o e l d e B a r r o s
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