Caminho pelo lado da rebentação das ondas ― o litoral guarda segredo dos meus passos entre as redes de sal trazidas pelos barcos
e o labirinto das algas ainda agora oferecidas à praia.
Sinto-me à mercê das falésias a riscar
o teu nome na areia; e é como se lentamente
pronunciasse um chamamento triste a que ninguém acode. Fez-se tarde para os lamentos das sereias:
agora as marés dobram novelos de espuma à roda dos meus pés, as águas já não transportam a minha voz, a perder-se sobre as dunas que os ventos vão desbastando devagar ao cair da noite.
Tenho sempre medo que não voltes.
Maria do Rosario Pedreira
Tenho sempre medo que não voltes.
Maria do Rosario Pedreira
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