terça-feira, 20 de março de 2012

Cavalos selvagens




O reboar do trovão . . . o som no chão do tropel dos

Cavalos Selvagens.

Lá se vão sem freio e sem brida, passando correndo como

raios.

Pareciam saltar sobre nós para acusar essa absurda ordem

de dor.

Pra que encilhas ? Pra que coxias ?

É a liberdade em disparada, sem o castigo das finas esporas

e do chicote, que fere e sangra .

Pra que rédeas ? Pra que esse castigo desnecessário ?

Somente correr e correr contra corações enfermiços...

Cavalos Selvagens me carreguem em teu dorso, junto com a 


minha imaginação de espaços abertos à frente e me restitui


a coragem de enfrentar o medo.

Cavalgar . . . sem cavalos de ódio no pensamento, só 

a indômita inocência de puros potros selvagens.

Me faz caminhar pra fora das sombras, da profundeza do 

ser, para um novo porvir.

Para uma pradaria repleta de flores...

Não refuguem, sigam avante . . . encaminhem minhas 

sensações de amplitudes sem amarras, pelos ombros

incandescentes das colinas.

Bravos corcéis, improvável produto de devaneios ou

distrações, desafio concreto contra a mesquinharia do

vilão.

Cavalos Selvagens a poeira do teu galope se dissipa no

silêncio, como o sopro de uma brisa,restando apenas

 pássaros planando do alto onde passastes.

Acima agora, paira uma águia peregrina, que grita como um

pranto na despedida.

Descai do céu como uma lágrima e retoma o vôo sumindo

como fumaça outonal.


Tentando descobrir para onde foram os...

Cavalos Selvagens . . .

como eles podiam existir . . .



Fred de Menezes

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