segunda-feira, 20 de maio de 2013

Amor


Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo seu,
Que solidão errante até tua companhia!
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos, juntos desde a roupa às raízes,
Juntos de outono, de água, de quadris,
Até ser só tu, só eu, juntos.
Tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo diretamente sem problemas sem orgulho
Assim te amo, porque não sei amar de outra maneira...

Quantas vezes, amor, eu te amei sem ver-te e talvez sem lembrança,
Sem reconhecer teu olhar, sem fitar-te centauro.
Depois te vi, te supus ao passar levantando uma taça, à luz da lua de junho.
Te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória.
De repente, enquanto ias comigo te toquei e se deteve minha vida.
Diante de meus olhos estavas, regendo-me, e reinas.

Pablo Neruda

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