Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio…Olha, anoitece!
-Brumas longínquas do País Vago…
Veludos a ondear…Mistério mago…
Encantamento…A hora que não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a benção dum afago…
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
-Vestes a Terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que soluço a delirar de amor…
Florbela Espanca
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