sábado, 7 de abril de 2012

A libélula



Num lugar muito bonito, onde havia árvores, flores e um lindo lago... 
Certo dia, numa das árvores surgiu um casulo. 
Quando ele se rompeu, de dentro saiu voando uma linda libélula. 
E ela ficou tão encantada com o lugar, que voou por cada pedacinho. 
Brincou nas flores, nas árvores, no lago, nas nuvens. 
E quando ela já tinha conhecido tudo, no alto de uma colina, avistou uma casa. 
A casa do homem. 
A libélula havia de conhecer a casa do homem. 
Foi voando pra lá. 
E então, a libélula entrou por uma janela - justo a janela da cozinha. 
Nesse dia, uma grande festa era preparada. 
Um homem com um chapéu branco ... grande ... dava ordens para os criados. 
Mas a libélula não se preocupou com isso. 
Brincou entre os cristais, se olhou na bandeja de prata, como fizera no espelho das águas e explorou cada pedacinho daquele novo mundo. 
Quando de repente, ela viu sobre a mesa uma tigela cheia de nuvens. 
A libélula não resistiu: ela tinha adorado brincar nas nuvens e mergulhou. 
Mas quando ela mergulhou ... ah ... aquilo não eram nuvens, e ela foi ficando toda grudada, e quanto mais ela se mexia tentando escapar ... ah mais ela afundava. 
E a libélula então começou a rezar, pedindo a Deus que a libertasse. 
Fez promessas e dizia que se conseguisse sair dali, dedicaria o resto de seus dias a ajudar os insetos voadores. Ela rezava e pedia. 
Até que o chefe da cozinha começou a ouvir um barulhinho. 
Ele não sabia que era a libélula rezando e quando olhou na tigela de claras em neve ... argh um inseto! 
E ele pegou a libélula e a atirou pela janela. 
A libélula então, se arrastou para um pedacinho de grama e sob o sol começou a se limpar. 
Quando ela se viu liberta, ela estava tão cansada que se virou pra Deus e disse: "O Senhor, eu prometi dedicar o resto de minha vida a ajudar os outros insetos voadores, mas agora eu estou tão cansada, que prometo cumprir minha promessa a partir de amanhã". 
E a libélula adormeceu. 
Mas o que ela não sabia é que as libélulas vivem apenas um dia. 
E naquele pedacinho de grama, a libélula adormeceu, e não mais acordou.

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