segunda-feira, 16 de abril de 2012

Segurando um ao outro



A dedicada enfermeira, sobrecarregada com tantos pacientes a atender, viu um jovem entrar no quarto e, inclinando-se sobre o paciente idoso em estado grave, disse-lhe em voz alta:
-seu filho está aqui.
Com grande esforço, o velho moribundo abriu os olhos e, a seguir, fechou-os outra vez.
O jovem apertou a mão envelhecida do enfermo e sentou-se ao lado da cama.
Por toda a noite, ficou sentado ali,
segurando a mão e sussurrando palavras
de conforto ao velho homem.
Ao amanhecer, o manto escuro da morte caiu sobre o corpo cansado do enfermo.
Ele partiu com uma expressão de paz no rosto sulcado pelo tempo.
Em instantes, a equipe de funcionários do hospital encheu o quarto para desligar as máquinas e remover as agulhas.
A enfermeira aproximou-se do jovem
e começou a lhe dizer palavras de conforto,
mas ele a interrompeu com uma pergunta:
quem era esse homem?
Assustada, a enfermeira respondeu:
eu achei que fosse seu pai!
Não. Não era meu pai, falou o jovem.
Eu nunca o havia visto antes.
Então, porque você não falou nada quando o anunciei para ele?
Eu percebi que ele precisava do filho
e o filho não estava aqui.
E como ele estava por demais doente para reconhecer que eu não era seu filho, resolvi segurar a sua mão para que se sentisse amparado.
Senti que ele precisava de mim.


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